CRUZ CREDO!
Não resistimos ao desejo de contar aos leitores outra impressionante história relatada pelo conceituado médico Carlos Ryoma, que clinicou em Campos do Jordão nas décadas de 40 e 50.
À época, Campos do Jordão era afamada estação de cura de tuberculose, conhecida em todo o Brasil, e um dos hospitais que atendia os enfermos, do sexo feminino, era o Sanatório Divina Providência, que, atualmente, se dedica à área de geriatria.
Procedente de Bauru, àquela época, ali internou-se uma jovem senhora nissei, vindo acompanhada de seu marido, para tratamento da tuberculose.
O esposo subia a serra todas sextas-feiras e, invariavelmente, desembarcava do bonde da Estrada de Ferro Campos do Jordão, que chegava à s 15 horas na Parada “Sanatóriosâ€, existente até hoje, nas proximidades do Sanatório Divina Providência.
Quando o bonde ali estacionava para desembarque de passageiros, o ajudante acionava a campainha para o motorneiro prosseguir viagem até Vila Abernéssia (eram dois toques), a jovem enferma, do seu leito, ouvindo a campainha da automotriz, já sabia que seu marido estava desembarcando na Parada “Sanatóriosâ€, dada a proximidade entre ela e o hospital.
A rotina prosseguiu por longos meses, perÃodo durante o qual o marido vinha visitar a esposa semanalmente.
Ocorre que em determinada sexta-feira, a jovem doente ouviu o bonde chegar àquela Parada, escutou os dois toques da campainha acionada pelo ajudante do trem, mas o marido da nissei não havia desembarcado.
Logo chamou a enfermeira: “Meu marido já chegou?†A enfermeira respondeu: “Não chegou, não, minha senhoraâ€.
Passaram-se muitas semanas e todas as sextas-feiras, à s 15 horas, a nissei indagava à enfermeira: “Meu marido já chegou?â€, ouvindo a resposta: “Não, senhoraâ€.
A ausência prolongada do marido agravou o estado de saúde da enferma, que, aos poucos, foi definhando, emagrecendo, vindo a falecer.
A direção do sanatório ficou sabendo que a ausência do marido se devia ao seu falecimento ocorrido em Bauru, sem que a sua esposa tivesse conhecimento.
Um fato estranho e anormal, porém, começou a acontecer no quarto onde falecera a jovem nissei: todas as sextas-feiras, às 15 horas, disparava a campainha do quarto, a mesma que a doente acionava para chamar a enfermeira.
O quarto estava vazio e ninguém sabia porquê e quem a acionava.
Quando o quarto passou a ser ocupado por outra paciente, todas as sextas-feiras, Ã s 15 horas, a campainha tornava a disparar.
A enfermeira corria ao quarto e indagava à doente: “A senhora chamou?†A paciente respondia: “Não senhora, não chamei ninguém!â€
Fenômeno estranho: enfermeira e paciente se entreolhavam arrepiadas, pois a campainha tocava sem ninguém acioná-la.
A história foi se espalhando e o Sanatório Divina Providência começou a sofrer prejuÃzos financeiros com aquele quarto permanentemente desocupado. Ninguém queria ficar ali internado.
A direção do sanatório começou a chamar religiosos para benzer aquele quarto.
Depois de muito benzimento e oração, a campainha parou de tocar às sextas-feiras, às 15 horas.
Só então desprendera-se daquele misterioso quarto o espÃrito da nissei morta.
Cruz credo!
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