É MELHOR VOLTAR AO CRIME
Esta história parece meio maluca, mas, é, absolutamente, verdadeira.
Há em nossa cidade um ex-presidiário que cumpriu 15 anos de prisão em uma Penitenciária do Estado, por ter cometido 3 homicÃdios. Foi indultado, pagou ao Estado o que devia e não deve nada á sociedade. Está quites. Pois, ele é pedreiro, jardineiro, encanador, eletricista, biscateiro e tudo o mais que o diabo imagina. Bom profissional, aprendeu a fazer tudo e faz direitinho. Desencantado e desesperado, disse: “Que raio de cidade é essa? Não encontro emprego de forma nenhuma, e quando acho algum biscate, o cara não me paga, ou então ele pede para aguardar o pagamento por 15 ou 30 dias! Meu Deus! Eu preciso viver!†Indagado pelo ouvinte jordanense para melhor explicar a sua situação, o ex-presidiário esclareceu: “Olha, meu chapa, na prisão eu tinha tudo. Tinha comida boa na hora certa. Tinha campo de futebol para eu treinar. Tinha piscina limpinha para nadar. Tinha companhia feminina de quinze em quinze dias. Tinha televisão colorida. Tinha cursos, onde eu aprendi um montão de coisas. Tinha trabalho onde eu ganhava dinheiro e até sustentava minha famÃlia. Respeitava rigorosamente o código de honra dos presidiários. Se olha-se pela cortina algum companheiro transando no dia seguinte está morto. Tinha respeito e consideração de meus companheiros, porque eles conheciam a minha história dolorosa. O primeiro cara que tentou violentar-me na prisão, levou duas facadas na barriga e nunca mais me importunou. Tinha prestÃgio entre os presidiários porque eles conheciam a minha fama. Ou seja, na penitenciária eu tinha tudo!â€
Diante do espanto do jordanense, o ex-presidiário completou: “Agora, estou em liberdade. Não devo nada para a sociedade, mas não tenho emprego, o preço do trabalho honesto que eu faço não recebo. Não encontro serviço em lugar nenhum. Não tenho mais piscina, televisão, mulher. Estou passando fome e não tenho onde morar. Não tenho campo de futebol para treinar, e, tampouco televisão para me divertir. Vivo freqüentando bares, tomando cachaça e ouvindo histórias da carouchinha. Não vou assaltar ninguém, porque não sou ladrão. Mas que cidade é esta que eu vim parar? Olha, meu chapa, acho que vou voltar ao crime.†O jordanense ouviu atento, surpreso e estarrecido, e não respondeu nada. Absolutamente nada.
Leitor amigo. Podia o jordanense assustado, depois de ouvir aquela ladainha, responder ao ex-presidiário alguma coisa? O que você responderia?
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