OLHOS, OLHAR, OLHARES.
Só escrevemos nesta coluna sobre temas jordanenses e, neste caso, não é que não tenhamos assunto. Temo-los até demais.
Campos do Jordão tem o privilégio de gerar escritores, poetas, pintores, enfim, artistas do melhor quilate, que, quase sempre, permanecem desconhecidos do público. Queremos ser nesta modesta coluna uma janela aberta para os artistas jordanenses. Outro dia deparamo-nos com os textos lindÃssimos de uma jovem de apenas 17 anos, estudante do 3º Colegial, estagiária da Segunda Vara da Comarca que, com certeza, terá um futuro maravilhoso na literatura nacional.
O seu nome é Bruna Consuelo dos Reis, a quem pedimos licença para reproduzir uma crônica denominada: “A Fala dos Olhosâ€. Daqui para frente o texto é de sua autoria: “Os olhos são a janela da alma, mas nem todos reconhecem ou tem a mÃnima idéia da dimensão que pode atingir um simples olhar. O olhar pode até mesmo dar ou tirar a vida de alguém. Os olhos são armas poderosas que Deus nos deu, mas, ainda não aprendemos a interpretá-los. O que poucos custam a entender é que o olhar reflete nada mais nada menos do que aquilo que habita na alma. Saber falar com o olhar, saber atender a um olhar é tão difÃcil que uma vida inteira não nos bastaria para compreender nos vários caminhos de perguntas e respostas que um olhar pode os levar. Infelizmente, muitos não dão importância a esse tão eficaz meio de entender o coração. Os olhos (ao contrário da boca) é um meio incapaz de mentir ou de ofuscar os sentimentos, pois os olhos jamais deixam de dizer a verdade, não se perdem em vãs explicações, muito pelo contrário, são sempre diretos, seja para dar um sorriso preso na alma ou uma lagrima aprisionada no coração. Eles fazem sempre de tudo para dizer o que sentem, mas nós nunca sabemos compreender o que eles dizem. Talvez, se algum dia soubéssemos (ou pelo menos tivéssemos a ousadia...) de expor aquilo que muitas vezes nosso coração grita através desse nosso espelho de uma só face, como seria bom! Se conseguÃssemos dar mais valor ao que nós sentimos, se déssemos conta do que estamos a perder simplesmente porque não assumimos aquilo que os nossos olhos dizem, mas nossos lábios e nossa mente não possuem discernimento de interpretar, e, por isso, ficamos assim perdidos, sem saber para onde dirigir nossos olhos.
Fácil é olhar para os outros e dizer o que pensamos, difÃcil é olhar para dentro de nós mesmos e admitirmos o que sentimos. Pobre de nós, que desconhecemos os nossos próprios sentimentosâ€.
Parabéns Bruna! Vá em frente que seu futuro é luminoso! O seu texto nos fez voltar à mocidade, quando lemos inesquecÃveis versos do poeta Menotti Del Picchia em “Juca Mulatoâ€, a saber: “Cure quem souber o veneno que há nos olhos de uma mulherâ€.
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