O JOÃO QUE FEZ O NOSSO HINO
João de Sá era natural do Rio do Janeiro, tendo aportado a Campos do Jordão para tratamento de saúde. Lá era jornalista tendo trabalhado em diversos órgãos de imprensa, notadamente no “Diário Cariocaâ€. Aqui em Campos do Jordão foi redator da “Folha de Campos do Jordão†tendo colaborado intensamente no jornal “A Cidade de Campos do Jordãoâ€. Era muito ligado à famÃlia Cintra, convivendo décadas com Joaquim e José Correa Cintra. Contou este último que João Sá costumava sentar-se nos bancos de estação ferroviária de Vila Abernéssia, bem em frente à redação do jornal “A Cidadeâ€. A impressão era de que escolhera aquele lugar, diariamente, para tentar uma aproximação e não deu outra. Joaquim Cintra escrevia quase todo o jornal e seu irmão, o competentÃssimo gráfico, José Correa Cintra, compunha-o.
Na sede do Abernéssia F. C. fez a montagem de um grupo teatral e depois no Cine Glória atualmente Espaço Cultural “Dr. Alémâ€, levou ao povo jordanense inúmeras peças, como “Morre um Gato na Chinaâ€, “Os Inimigos não Mandam Floresâ€, “BabuÃno†e “Verdade Nuaâ€, a última de sua autoria. Amigo pessoal de Paschoal Carlos Magno, João de Sá foi autor peças teatrais, coordenando com sucesso o grupo teatral jordanense, constituÃdo de Lucy Franco, Lola Damas, Dulce Vaz Dias, Sebastião Wolff (ponto), José Correa Cintra, Armênio Soares Pereira, Geraldo Rotondaro, Eunice Azevedo, Waldomiro Januzzi, Jurandir Rocha Moreira, Ivanhoé Passos, Mirthes Martins, Romeu Negreiros Mezzacapa, OvÃdia Pessanha da Silva, Paulino Faria e tantos outros jordanenses que a nossa memória não guarda.
João de Sá foi o autor do Hino a Campos do Jordão (letra e música), que recebeu a harmonização do padre Antonio R. Soares, tendo sido oficializado pela Lei municipal 291, de 12 de novembro de 1959.
O Engenheiro Fausi Paulo, quando prefeito municipal, deu-lhe o nome de uma praça pública em Vila Capivari – Praça João de Sá – à margem da Avenida EmÃlio Ribas. A praça foi descaracterizada em administrações posteriores, com a construção de imóveis em seu interior. Uma pena.
Escreveu “Campos do Jordão – Pequena Monografiaâ€, onde descreve que a sociedade jordanense é notável pela sua mescla, pois o viajante de qualquer latitude conhecida, acha ali muitos hábitos do seu paÃs de origem, formando a mais heterogênea composição. Gente do Sul, do Norte, do Leste e do Oeste, brasileiros, misturados com estrangeiros de todas as procedências. Dessa maneira, o viajante encontra sempre algo que lhe seja familiar, venha de onde vier. Depois escreveu que todas as cidades tem seus tipos populares, destacando no âmbito municipal a “Violinhaâ€, o “Lebrinhaâ€, o “Sabiá†e a “Maria Gafieiraâ€. Doente em São José dos Campos, para onde se transferira, certa vez, telefonou ao amigo dileto José Correa Cintra, contando que estava mal de saúde e que desejava morrer em Campos do Jordão. Rápido, José mobilizou Clóvis Soares Azevedo, à época chefe do gabinete do prefeito municipal Miguel Lopes Pina e logo uma ambulância foi buscá-lo. João de Sá chegou ao hoje desativado Hospital e Maternidade “Dr. Adhemar de Barros†à s 11 horas de algum dia de 1965. Às 14 horas cerrou os olhos para sempre. O seu último desejo foi atendido. Deus o tenha em paz.
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